terça-feira, 12 de março de 2013

Dia #01 - Sangrando palavras

Ruge nas Entranhas,
dói por não ser.
Esmaga-se antes que no papel aconteça.

Febril esta tinta que escorre, procurando conforto nas palavras,
escorregando-as de linha em linha,
de fado em dias.

O peito sangra, rasgando-se, no apunhalar do destino.
E desaconteço em cada palavra estéril,
morrer na frase que os olhos escrevem e do papel escapa.

Aconteço nesta mágoa da palavra relutante,
na memória que se desacende perante o branco e o nada.

STOP

Obrigatório ser.

Fazer deste porto abrigo para desabrigadas palavras,
errantes gigantes pepétuados no silêncio.

Acontecidas,
Amanhecidas,
rasgadas, recortadas, apunhaladas.
lambendo, apenas
feridas e embaraços.

E esperar que na explosão
dos carateres
se rompa o castigo.

Este, de ter palavras que saiem pelos olhos,
pelos dedos, pela pele,
pelos dias,
pesando no bolso tão cheio de nadas.
Ali, onde não se abrigam as memórias.

Prova final.
Prova capital.

Desfaleço, não me inscrevo.
Hei-de morar na palavra vazia
Hei-de esvaziar-me
de dia e de nada.

Tudo gravita.
Eu ensaio um bailado,
é verbal
redondo,
enfado.

Grito,
e subitamente
fico

Leve
e por momentos
as que me assombram
(palavras que não penso)
ficam por aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Se chegste até aqui, seria um gosto receber o teu comentário.